E se sempre o que quis, o tivesses feito?

Após um fim de semana e um dia sozinho em casa @ lisboa, hoje chega a minha companheira de casa a.k.a. ex-namorada e actual grande amiga. Pelo menos é assim que ela se define, eu ainda não achei denominação para a reorganização efectuada, sei que foi feito o downsizing em termos de contacto fisico e é apenas isso que se sabe até agora. Estou meio perdido, enrolado num turbilhão, não de emoções as i've never been very emotive, de incertezas. (A música que passa agora nos meus headphones também não ajuda muito a clarificar ou definir o que quer que seja. A saber The Field - "From here we go to sublime" - Silent, (Grupo, Album e Faixa), album de 2007 onde os sons electrónicos são misturados quase na perfeição para criar um swirl de paisagens lindas, por onde a mente se liberta e anda livremente, turva qualquer tentativa de pensar em algo menos bom. Por isso mesmo um dos meus albums de 2007, mas não o ideal para concluir o que quer que seja em relação ao turbilhão de incertezas no qual giro freneticamente todos os dias.

Ela chega hoje, apesar de a sua chegada acontecer depois de 4 dias da sua partida nunca estivemos longe, ela émeéssa-me e eu tento ligar. Não gosto muito de escrever mensagens, por muitos motivos que não interessam ou que abordarei de vez em quando. Estivemos quase sempre em contacto durante estes dias, como tem vindo a acontecer desde que nos separámos. Os meus amigos, mas mais as minhas amigas dizem-me que tudo se vai resolver, que tudo vai passar, que voltaremos um para o outro. Afinal de contas são 8 anos, they say. Ora aqui entra essa figura metafórica do turbilhão de incertezas.

Será que eu ou ela queremos voltar um para o outro. Se muitas vezes me parece que sim, pessoalmente falando, muitas outras também me apetece que não. Parece-me que sim porque, ... porque, .... porque sim! É mesmo isso, porque sim. Porque é o esperado, é o que acontece quase sempre, porque está instituído que maioria das vezes assim se passa, mas vendo bem e analisando-me friamente eu não sei se é esse o meu sentimento. Não é que não goste dela, ela é absolutamente espantosa, mas o que se passa é que sinto que o que ela sentiu para terminar comigo eu já o tinha pensado muitas vezes, mas como a adorava (não significa que não a adore, estou a relatar acontecimentos passados, por isso uso tempos verbais passados que não devem ser extrapolados para o presente) e como adoro desafios e sempre olhei para a relação como uma coisa que evolui e ganha contornos novos e barreiras novas e mais altas, foram esses momentos mais difíceis que me fizeram prosseguir sem nunca ter abordado o tema "terminar" mas sim tentar ultrpassar, amando as diferenças e incorporando-as na relação.

Ora o que se passou penso que foi totalmente o contrário, penso que ela "terminou" à primeira, não tentou perceber que factores a estavam a encaminhar nesse sentimento, não os tentou debelar e deixou que eles turvassem a ideia linda que é construir uma relação. Para mais quando fizemos um investimento sério na nossa ex-relação há tão pouco tempo. Finalmente estamos juntos, mas ironicamente estamos separados. Agora não sei se o que sinto é amizade ou amor, quer dizer... eu sei o que sinto e para ser sincero acho que o que sinto e o que sentirei vai ser uma grande amizade, porque não gosto que as pessoas desistam à primeira dificuldade sem lhe dar um bocado de luta, ou que à primeira dificuldade a resolvam no início mas ficando conscientemente a pensar que essa solução não vai durar, como que sabendo que mais dia menos dia vai terminar e não pensem ou tentem realmente resolver a coisa.

Como disse ela chega hoje, já sei que me vai custar imenso quando a vir, dar-lhe um beijo na testa, não poder dar-lhe 10, 20 ou 30 beijos nas bochechas que ela tem lindas. Custa-me todos os dias sempre que chego a casa. Ontem recebi uma mensagem dela a dizer que tinha saudades minhas, e o quanto eu sei que isso é um sinal, um grande sinal (foi uma das razões que a levaram a terminar, foi não sentir saudades minhas todos os dias), mas será que ela tem mesmo saudades daquelas que deixou de ter e que motivaram, em parte, a ruptura? Ou tem saudades de estar comigo por sermos amigos e querer falar. É que se forem as primeiras, eu acho que não tenho saudades!

1 comentários:

Perola Luna disse...

Bem, isso ja me aconteceu de chegar ao ponto de querer ter saudades... e nunca mais as tive! (namoro esse que nao foram 8 anos como tu, mas sim somente 3)
Ja nao gostava dele, somente estava acomodada com a situaçao, mas uma noite no Lux (aih saudades! dia 14 mato-as): "so estas a perder tempo, nao sejas burra!" e assim foi! Terminei, custou, foi dificil, mas continuo viva passado 4 anos, com quase outros 2 anos de namoro pelo meio (com quem vivi 1 ano e 9 meses), e certas aventuras... Neste momento estou novamente apaixonada, e com um certo medo pois estou fisicamente distante! (so falta mesmo o trabalhinho e chispa novamente p Lisboa)
De resto desejo-te um bom reencontro...