O Trunfo
O meu papel na tua vida é uma folha em branco.
Pousado sobre uma mesa ao ar livre.
Ao seu lado pousadas estão
Uma lapiseira
Uma caneta de tinta permanente
Uma borracha suave normal.
Eu sou a cadeira e apenas posso baloiçar
Fazer cair quem nela se senta
Mas não posso impedir que escrevas de pé,
Guardo no entanto um trunfo que não conheces.
Escreves sempre a lapiseira,
Gastas a borracha,
Nunca pegaste na caneta de tinta permanente.
O meu papel tem já algumas palavras mal apagadas
Vêm-se os cantos mas não fazem sentido
Fizeram enquanto não lhes passaste a borracha por cima
Escreves, rasuras, riscas e apagas
Sempre de pé.
Não porque tenha baloiçado ou sacudido
Mas porque assim o queres.
Tens-te sentado mais vezes, mais pensativa antes de pegares no objecto que escreve
Não sei se pensas no que vais escrever
Se em que objecto vais pegar.
Sei que te tens sentado.
Sei que tens pensado.
Talveza saiba em quê.
Afinal de contas tenho mil e uma palavras apagadas em mim
Marcadas pelo bico fino da lapiseira
Marcas de onde a borracha apenas retira o carvão
Não "re-molda" a folha
Deixa as histórias vincadas em mim.
Tens escrito mais suavemente,
Sentada,
Pensativa,
Deixas mais tempo as palavras escritas.
Goastava que por uma vez pegasses na caneta de tinta permanente
E escrevesses.
Afinal de contas foste também tu que a puseste na mesa
Ao lado da folha.
Pegas nela de vez em quando
Sempre que te sentas, sempre que pensas um pouco mais.
Começaste uma frase com ela
Que não conseguiste apagar.
Chamo-te a mestre da mesa e objectos nela postos
O poder está nas tuas mãos literalmente.
Eu só posso balançar.
Mas guardo o meu único trunfo e real poder...
... Eu controlo o vento
Pousado sobre uma mesa ao ar livre.
Ao seu lado pousadas estão
Uma lapiseira
Uma caneta de tinta permanente
Uma borracha suave normal.
Eu sou a cadeira e apenas posso baloiçar
Fazer cair quem nela se senta
Mas não posso impedir que escrevas de pé,
Guardo no entanto um trunfo que não conheces.
Escreves sempre a lapiseira,
Gastas a borracha,
Nunca pegaste na caneta de tinta permanente.
O meu papel tem já algumas palavras mal apagadas
Vêm-se os cantos mas não fazem sentido
Fizeram enquanto não lhes passaste a borracha por cima
Escreves, rasuras, riscas e apagas
Sempre de pé.
Não porque tenha baloiçado ou sacudido
Mas porque assim o queres.
Tens-te sentado mais vezes, mais pensativa antes de pegares no objecto que escreve
Não sei se pensas no que vais escrever
Se em que objecto vais pegar.
Sei que te tens sentado.
Sei que tens pensado.
Talveza saiba em quê.
Afinal de contas tenho mil e uma palavras apagadas em mim
Marcadas pelo bico fino da lapiseira
Marcas de onde a borracha apenas retira o carvão
Não "re-molda" a folha
Deixa as histórias vincadas em mim.
Tens escrito mais suavemente,
Sentada,
Pensativa,
Deixas mais tempo as palavras escritas.
Goastava que por uma vez pegasses na caneta de tinta permanente
E escrevesses.
Afinal de contas foste também tu que a puseste na mesa
Ao lado da folha.
Pegas nela de vez em quando
Sempre que te sentas, sempre que pensas um pouco mais.
Começaste uma frase com ela
Que não conseguiste apagar.
Chamo-te a mestre da mesa e objectos nela postos
O poder está nas tuas mãos literalmente.
Eu só posso balançar.
Mas guardo o meu único trunfo e real poder...
... Eu controlo o vento
3 comentários:
Cheira a saudades de amor. Será? Um amor que se senta e permanece estoicamente activo na magnitude uterina do seu esplendor. Ou não? Ou é um alerta para lavar as mãos? Ou digo que gostei e deixo-me de merdas? OK. Deixo-me de merdas. Gostei.
Cheira a desejo de amor.
Cheira a querer austeridade e firmeza.
Cheira a querer sujar as mãos.
E o quão gosto que o digas e que as digas.
qual desejo de amor? desejo de mim, ora deixa te de sinceridades cautelosas :) nhec. gosto desse texto, muito. beijo grande :)
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