Pensafusos conmentos (as usual), .iv

Gostaria de ser mais inconsciente e não ter a percepção certa das coisas. De conseguir dissociar as repercussões de actos tomados das suas consequências. Fazer apenas e pensar depois. Gostaria e por vezes isso acontece. No entanto a periodicidade disso não é quase periodicidade. Acontece que mesmo que não queira dou por mim a pensar no que aconteceria se. E se na maioria das vezes penso nisso de forma a aferir as consequências, que tal acto ou tais actos, teriam em mim outras dou por mim a pensar nas consequências que esse mesmo acto ou esses mesmo actos teriam na outra pessoa ou pessoas.

É-me muito dificil contrariar esta minha característica, defeito ou feitio ou qualiadade, tento conscientemente não o fazer, mas o facto é que não sou capaz. Ou então bebo muito e mesmo assim continuo quase sempre em controlo do que faço. Costumo dizer a muita gente que gostaria de por vezes perder o controlo, fazer coisas descontroladas sem pensar, no entanto não o consigo. Consigo aproximar-me do descontrolo que gostaria mas não o consigo alcançar.

Quando falo em descontrolo não é apenas no sentido físico de dançar no chão ou desenfradamente no meio duma pista ou outras coisas físicas mais. Quando falo em descontrolo a minha ideia é mais direccionada para actos que deveria fazer para com outras pessoas. Deixar-me ir, principalmente dizer o que me apetece e fazer o que me apetece no momento e em algumas vezes o que apetece à outra pessoa ou pessoas.

Como referi, por vezes ponho-me a pensar sobre se esta característica é boa ou má ou mais ou menos e chego sempre à conclusão que, no que às consequências para mim diz respeito, é má e boa no que às consequências para as outras diz respeito. Normalmente fico fodido com esta conclusão porque não sou nem quero ser nenhuma Madre Teresa de Calcutá ou um outro qualquer lutador pelo direito dos oprimidos. Facto é que acabo por pensar mais nas outras pessoas do que elas próprias.

No entanto, o facto de pensar nas outras pessoas, não invalida que principalmente penso nas conequências que tais actos terão sobre mim. Fico chateado é que quando consigo ultrapassar esta barreira e ser "doido" e perder o controlo e parar de aferir as consequências para mim, logo logo entra o pensamento na outra pessoa ou pessoas. Ora isto é um exercício cansativo, como já devem ter reparado.

Tal quantidade de pensamentos deixa-me louco já que quem sou eu para "controlar" ou pensar nas consequências para as outras pessoas se estas não o fazem? E muitas das vezes conscientemente. Mas porque razão me calhou esta característica de pensador, será que é a minha vocação? A vocação da vida que todos procuramos e que também eu ainda não encontrei? Será que a minha vocação é fazer voluntariado, criar uma ONG ou algo assim do género e entregar a minha vida aos outros. Não me parece rigorosamente nada que seja isso.

Ora assim sendo, vou tentar deixar de pensar tanto. Se bem que como digo isso seja difícil pois perder o controlo, significa mais ou menos deixar de pensar e o exercício de pensar em perder o controlo e perder o controlo é incompatível pois a 1ª significa pensar.

Penso que passe por fazer o que me apetece no momento e ponto final. Deixar as cocnclusões do que acontecerá para depois, logo se verá. Se isso significar perder pessoas, que signifique. Se isso significar andar às cabeçadas depois, que signifique. Se isso significar uma série de outras coisas que signifique. Pois se é a outra pessoa ou pessoas a não quererem pensar nisso eu não o farei mais.

Pensamento este advém de ter acordado de há uns tempos para cá com a ideia de que perco oportunidades de fazer coisas que me apetecem por causa do anteriormente descrito. Coisas que muito gosto me dariam, que muito gosto me proporcionariam e, até quem sabe, se repetiriam. Não sei se se passaria assim.

É precisamente esse "não saber" que me deixa louco. A sensação de "não saber se" porque não se fez porque se pensou demasiado deixa-me maluco. Mas pior fico ainda quando, fico com a perfeita noção do "saber que". Saber que por não ter perdido o controlo no momento provavelmente a coisa não vai acontecer nunca mais.

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