Hard question, long and with few or no sense
Estarão os novos meios de comunicação (entretanto já com alguma idade, ainda assim relativamente novos) tão evoluídos que a percepção da sensação, de um dos lados desses meios virtuais, seja quase fisicamente presente ou será a utilização, por parte do indivíduo, tão grande e intensiva tal que a sensação se esteja a tornar também virtual? Hard question, long and with few or no sense. Ainda assim atrevo-me a enveredar por esta vereda.
Ultimamente tenho passado algum tempo no PC, em comunicação quase contínua através do messenger, blogs, mail e outros tipos mais (desculpem-me os concorrentes dos meios linkados mas estes são os que utilizo, os visados e por isso mesmo referencio-os) em particular com 2 ou 3 pessoas, e uma ainda mais em particular. E engraçada a minha constatação de que a minha percepção sobre a sensação de outrem tem evoluído, apesar de não ter qualquer estímulo físico que permita uma rápida e/ou correcta aferição desta, mas tem evoluído assim. Será possível que apenas através de caracteres, figuras gráficas que demonstram estados de alma e emoções, diferenças na cadeia da conversação, nicknames também eles alusivos a estados de espírito e outras coisas virtuais mais seja legítimo formar uma opinião correcta sobre o que está a outra pessoa a sentir?
Para bem de quem o sente, diria que sim pois assim sente que essa "relação" virtual vai crescendo e tomando forma ("relação", não significa relação entre homem e mulher, flirt, caso amoroso, ou outro tipo de relação que envolva homeme e mulher nos clássicos jogos de amor, mas sim toda e qualquer troca de informação entre dois seres que podem ou não conhecer-se fisicamente), se não se sentisse essa evolução, serviriam de algo as horas perdidas nestas coisas? Bem, a resposta é bastante simples. Sim, claro que se sente que existe evolução mas aqui voltamos à Hard question, long and with few or no sense (nem a quero repetir, reli-a agora e ia-me dando algo mau), no entanto atrevo-me então a voltar a esta.
Será que a percepção de evolução é recíproca de "pólo a pólo", a mim parece-me que não. Parece-me que a sensação virtual é rigorosamente isso, e que brinca com a esperança dos "usuários" de algum dia se transpor então para a realidade e materializar-se. Brincadeira essa que se pode tornar séria caso seja verdadeira a hipótese b) da Hard question, long and with few or no sense, ou seja caso a sensação humana se esteja a virtualizar e perder em bits e bytes e smiles e mails e posts e winks e blinks e feeds e tudo e tudo e tudo.
Sempre preferi the real thing pois é aí que me movo e isso que me move (olhando por exemplo para o post anterior e estabelecendo o paralelismo com o virtual, onde muitas vezes me acontece o que aconteceu mas online e onde o extravasar da emoção é impossível de direccionar), gosto de manter contacto, saber que a percepção é real, mesmo que turvada por más leituras, ter controlo sobre o que sinto e o que penso que outrem está a sentir. Gosto de ouvir as vozes e tirar pequenas imperfeições como um pequeno tremer de uma sílaba que denuncia, por exemplo nervosismo, gosto de olhar as feições e movimentos do corpo e denotar pequenos tiques e acasos que mais uma vez denunciam sensação e outras coisas mais. Gosto de "realizar" e não "virtualizar". Ainda assim sinto-me um ser desta geração que tem de, conscientemente e com gosto, admito, “virtualizar” um pouco.
Devido à minha personalidade, controladora (e por controladora não quero dizer que sou controlador de pessoas, não! Controlador do que se passa à minha volta, ter sempre noção do que se está a passar e (quase) nunca perder o controlo), confesso que ultimamente me tenho sentido desarmado pois a hipótese a) da Hard question, long and with few or no sense encaixa-se mais na minha personalidade e maneira de ser. Ou seja, eu penso que estou em controlo e que sei o que outrem sente ou está a sentir, devido ao background histórico de conversações, caracteres, figuras gráficas que demonstram estados de alma e emoções, diferenças na cadeia da conversação, mails, nicknames também eles alusivos a estados de espírito e outras coisas virtuais mais. (Add-on aqui da amiga que vive comigo, vulgo ex-namorada, a quem li este texto e que mandou o seguinte bitaite que considero ser de extrema pertinência. Será que este “sentir-me desarmado” não é medo de que afinal a percepção que tenho do sentimento de outrem corresponda literalmente ao que outrem sente? Bem, poderá ser sim senhor e até considero que possa ser muito isso, mas como ainda não tinha pensado nesta vertente, vou deixar para uma outra vez. Anyway obrigado croma).
Confesso no entanto que ultimamente tenho voltado aqui, em frente ao PC tentando convencer-me que controlo este mundo, mas basta um segundo para perceber que assim não é. Que tudo o que é virtual assim o continuará a ser até o contrário ser provado. Admiro no entanto aqueles que conseguem manter a sanidade e ter este tipo de comunicação continuada tal que ultrapasse a comunicação real e mesmo assim manterem-se sãos. O que me levaria a outra Hard question, long and with few or no sense que seria divagar sobre a percepção das coisas quando não se tem uma base sólida de comparação (por exemplo a partir de quando e sem ajuda é que se sabe que se vê mal. Se nunca ninguém nos confrontar com a qualidade da nossa visão saberemos nós que vemos mal?). Talvez seja por se terem habituado a este tipo de comunicação que não enlouquecem.
Eu retiro-me com algumas conclusões mas muitas confusões. Seja como seja, o que gostava mesmo era que algumas destas relações maioritariamente virtuais se materializassem, nem que fosse para deixar de ver o smile e ver o sorriso.
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Ultimamente tenho passado algum tempo no PC, em comunicação quase contínua através do messenger, blogs, mail e outros tipos mais (desculpem-me os concorrentes dos meios linkados mas estes são os que utilizo, os visados e por isso mesmo referencio-os) em particular com 2 ou 3 pessoas, e uma ainda mais em particular. E engraçada a minha constatação de que a minha percepção sobre a sensação de outrem tem evoluído, apesar de não ter qualquer estímulo físico que permita uma rápida e/ou correcta aferição desta, mas tem evoluído assim. Será possível que apenas através de caracteres, figuras gráficas que demonstram estados de alma e emoções, diferenças na cadeia da conversação, nicknames também eles alusivos a estados de espírito e outras coisas virtuais mais seja legítimo formar uma opinião correcta sobre o que está a outra pessoa a sentir?
Para bem de quem o sente, diria que sim pois assim sente que essa "relação" virtual vai crescendo e tomando forma ("relação", não significa relação entre homem e mulher, flirt, caso amoroso, ou outro tipo de relação que envolva homeme e mulher nos clássicos jogos de amor, mas sim toda e qualquer troca de informação entre dois seres que podem ou não conhecer-se fisicamente), se não se sentisse essa evolução, serviriam de algo as horas perdidas nestas coisas? Bem, a resposta é bastante simples. Sim, claro que se sente que existe evolução mas aqui voltamos à Hard question, long and with few or no sense (nem a quero repetir, reli-a agora e ia-me dando algo mau), no entanto atrevo-me então a voltar a esta.
Será que a percepção de evolução é recíproca de "pólo a pólo", a mim parece-me que não. Parece-me que a sensação virtual é rigorosamente isso, e que brinca com a esperança dos "usuários" de algum dia se transpor então para a realidade e materializar-se. Brincadeira essa que se pode tornar séria caso seja verdadeira a hipótese b) da Hard question, long and with few or no sense, ou seja caso a sensação humana se esteja a virtualizar e perder em bits e bytes e smiles e mails e posts e winks e blinks e feeds e tudo e tudo e tudo.
Sempre preferi the real thing pois é aí que me movo e isso que me move (olhando por exemplo para o post anterior e estabelecendo o paralelismo com o virtual, onde muitas vezes me acontece o que aconteceu mas online e onde o extravasar da emoção é impossível de direccionar), gosto de manter contacto, saber que a percepção é real, mesmo que turvada por más leituras, ter controlo sobre o que sinto e o que penso que outrem está a sentir. Gosto de ouvir as vozes e tirar pequenas imperfeições como um pequeno tremer de uma sílaba que denuncia, por exemplo nervosismo, gosto de olhar as feições e movimentos do corpo e denotar pequenos tiques e acasos que mais uma vez denunciam sensação e outras coisas mais. Gosto de "realizar" e não "virtualizar". Ainda assim sinto-me um ser desta geração que tem de, conscientemente e com gosto, admito, “virtualizar” um pouco.
Devido à minha personalidade, controladora (e por controladora não quero dizer que sou controlador de pessoas, não! Controlador do que se passa à minha volta, ter sempre noção do que se está a passar e (quase) nunca perder o controlo), confesso que ultimamente me tenho sentido desarmado pois a hipótese a) da Hard question, long and with few or no sense encaixa-se mais na minha personalidade e maneira de ser. Ou seja, eu penso que estou em controlo e que sei o que outrem sente ou está a sentir, devido ao background histórico de conversações, caracteres, figuras gráficas que demonstram estados de alma e emoções, diferenças na cadeia da conversação, mails, nicknames também eles alusivos a estados de espírito e outras coisas virtuais mais. (Add-on aqui da amiga que vive comigo, vulgo ex-namorada, a quem li este texto e que mandou o seguinte bitaite que considero ser de extrema pertinência. Será que este “sentir-me desarmado” não é medo de que afinal a percepção que tenho do sentimento de outrem corresponda literalmente ao que outrem sente? Bem, poderá ser sim senhor e até considero que possa ser muito isso, mas como ainda não tinha pensado nesta vertente, vou deixar para uma outra vez. Anyway obrigado croma).
Confesso no entanto que ultimamente tenho voltado aqui, em frente ao PC tentando convencer-me que controlo este mundo, mas basta um segundo para perceber que assim não é. Que tudo o que é virtual assim o continuará a ser até o contrário ser provado. Admiro no entanto aqueles que conseguem manter a sanidade e ter este tipo de comunicação continuada tal que ultrapasse a comunicação real e mesmo assim manterem-se sãos. O que me levaria a outra Hard question, long and with few or no sense que seria divagar sobre a percepção das coisas quando não se tem uma base sólida de comparação (por exemplo a partir de quando e sem ajuda é que se sabe que se vê mal. Se nunca ninguém nos confrontar com a qualidade da nossa visão saberemos nós que vemos mal?). Talvez seja por se terem habituado a este tipo de comunicação que não enlouquecem.
Eu retiro-me com algumas conclusões mas muitas confusões. Seja como seja, o que gostava mesmo era que algumas destas relações maioritariamente virtuais se materializassem, nem que fosse para deixar de ver o smile e ver o sorriso.
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