Não sei se será por ter a formação que tenho, puramente matemática e exacta sem grandes margens de erro e/ou espaços para inventar muita coisa. Eventualmente posso descobrir alguma coisa que já existe no programa onde trabalho, que já existe mas que nunca ninguém implementou e/ou descobriu, mas ela já existia. Não sou um
developer sou um funcional, trabalho com o que existe mediante os requisitos de quem quer implementar a solução. Não sei se será por isto ou por simplesmente ter uma capacidade enorme de racionalização das coisas que consigo ultrapassar situações mais ou menos complicadas sem grande transtorno para mim. Elas acontecem e pronto, e se não há nada a fazer não há nada a fazer. Apenas continuar em frente, e de preferência com o mesmo sorriso de sempre.
Confrontado com a minha, ainda actual situação de solteiro, e com uma grande amiga a viver comigo, vulgo ex-namorada, que neste momento é ainda um pouco ainda mais amiga do que já era anteriormente porque acabaram-se as tensões clássicas de relacionamentos, tensões sexuais, sentimentos de pertença, sentimentos de posse, ciumeiras e outras merdas mais que causam alguns transtorno, que confesso sempre gostei de passar por eles e ultrapassar os mesmos, afinal de contas uma relação é isso mesmo, um organismo vivo, que precisa de muita dedicação para dar certo. no entanto o que é certo é que a relação acabou.
Acabou e desde o dia fatídico, conhecendo a pessoa como conheço percebi que, eventualmente seria irreversível, o que me ajudou em grande parte a ultrapassar a situação de uma forma mais ou menos pacífica e relativamente rápida. Tenho, neste momento o coração curado, bem como um sentimento de que ganhei de novo algumas coisas que se perdem com o adiantar das relações, vulgas conversas de atracção por outras pessoa até então proibidissimas devido às vivicissitudes da relação.
Assim sendo considero, apesar de gostar de ter continuado a "namorar" com a rapariga porque sim (eventulamente um dia destes poderei escrever este "porque sim", que ganhei uma melhor amiga mais aberta em relação a tudo. Saíu-lhe de cima o peso dessa palvra morceguíssima que é a"namorada" que turva tanta coisa que não deveria turvar, mas que turva pronto. É assim que acontece, não há muita volta a dar. Tendo estes três pontos assentes, 1º ela deixou-me com argumentos válidos que percebi automaticamente, que concerdei com eles e que já me tinham passado pela cabeça várias vezes, 2º a nossa relação de amizade agora é maior, mais cúmplice, mais franca e mais aberta e 3º sou um ser racional, demasiadamente diria, e percebo claramente quando as coisas precisam de terminar e porque é que terminam.
Tendo estes 3 pontos assentes respondo a uma amiga minha, que questiona o meu amor, atracção física, etç etç etç que eu sentia pela pessoa, vulgo ex-namorada, mesmo antes de ter terminado tudo. Diz ela que por morar na mesma casa com ela, por vezes dormirmos juntos na mesma cama, vulgo única pois o apartamento tem uma sala uma kitchenet e um quarto e uma casa de banho (é tão lindo), não compreende a minha amiga como é possível eu não sentir atracção física pela pessoa, e como tal não acha possível que eu gostasse dela anteriormente. Fará isto sentido? Claro que não! A partir do momento que interiorizei que esta ruptura iria ser definitiva, que interiorizei também o facto de ter de respeitar a pessoa e não a massacrar com tentativas de reatamento baratas e estúpidas tão clássicas nos rompimentos também clássicos.
Tenho esta postura que considero respeitosa, e que é a minha em relação às pessoas em geral. Tenho respeito pelos outros, claro que falho de vez em quando, e em particular por esta pessoa o meu respeito é total. A minha atracção por ela deixou de ser relacionada com vontades físicas e necessárias numa relação para uma atracção normal entre um homem e uma mulher, mas tendo em mente o nosso passado não posso nem quero nem sinto muito essa atracção, até porque há mulheres bem mais giras para quem posso direccionar essa minha característica masculina que é pensar cerca de 50% do tempo, fora do trabalho, em sexo.
Sendo assim tenho de lhe responder que é claro que quando se namora as expectativas futuras são muito diferentes das perspectivas futuras quando não se namora. E se algum tempo antes de a pessoa ter terminado, vulgo ex-namorada, tinha essas expectativas de construir uma coisa a dois com amor e carinhoe sexo e amizade e mais coisas, a partir do momento que compreendo o porquê da separação essa vontade deixa de ser legítima porque seria unilateral. E estar a forçar uma coisa que se sabe à partida que não vai dar, nunca deu resultado. Como ela bem sabe, ou se não sabe vai ficar a saber em breve, espero eu. Porque sim (qualquer dia escrevo o porquê deste "porque sim"), porque se calhar gostava que fosse ela a minha próxima princesa.
Porquê? Sinceramente não faço a puta da mínima ideia E é isso que me apaixona.